Jurídico na captação de investimentos: por que é estratégico
- Di Sabatino Advogados
- 28 de jul.
- 3 min de leitura
Crescer exige capital. E para startups e empresas inovadoras, captar investimento é muitas vezes o passo que permite escalar o negócio, formar equipe, expandir mercado ou desenvolver tecnologia. Mas junto com o capital, entram em cena cláusulas, contratos e obrigações que tornam o jurídico na captação de investimentos indispensável para garantir governança.
É nesse momento que o papel do jurídico se torna estratégico.
Este é o segundo artigo da nossa série sobre inovação e estrutura jurídica. Hoje tratamos de um tema que, embora cercado de entusiasmo, exige cuidado técnico: o processo de captação de investimento.

Por que o jurídico na captação de investimentos importa?
Empresas inovadoras geralmente passam por diferentes estágios de capitalização: rodadas com amigos e familiares, investimento-anjo, aportes de fundos seed e séries posteriores com venture capital. Em cada etapa, o que se espera da estrutura jurídica da empresa se torna mais sofisticado.
Investidores experientes realizam diligências criteriosas, nas quais avaliam não apenas o potencial do produto, mas também a regularidade e a maturidade da estrutura da empresa.
Algumas questões que frequentemente surgem nesses processos:
Existe acordo de sócios bem redigido e com cláusulas alinhadas ao crescimento?
A titularidade da propriedade intelectual está clara e devidamente registrada?
Há contratos formais com fornecedores e prestadores estratégicos?
A empresa mantém controle adequado sobre o cap table e os aportes anteriores?
As participações dos fundadores estão estruturadas com cláusulas de vesting?
Não é incomum que startups com ótimo produto e bom mercado sejam preteridas porque acumulam passivos ocultos ou informalidades que assustam o investidor.
Term sheet não é o fim da negociação. É o começo
Um ponto importante é que o entusiasmo com o “termo de intenções” não pode obscurecer a necessidade de uma análise criteriosa do conteúdo jurídico das rodadas.
O term sheet, embora não vinculante em muitos pontos, costuma antecipar cláusulas que serão refletidas no contrato de investimento. É nessa fase que se discute:
percentual de participação do investidor;
valuation da empresa;
Cláusulas de preferência, tag along e drag along;
regras de governança, veto e quóruns especiais;
Condições para follow-on e diluição futura.
Um advogado empresarial experiente pode apoiar a empresa fundadora na negociação desses termos, garantindo que o crescimento venha com equilíbrio e que os fundadores não percam, de forma prematura, o controle ou o alinhamento estratégico da empresa.
O contrato de investimento e seus efeitos
Assinado o contrato de investimento, os compromissos passam a ser jurídicos e vinculantes. É aqui que cláusulas como vesting reverso, lock-up, penalidades por descumprimento e obrigações de reporte ganham força.
Negligenciar essa etapa pode levar a consequências severas, como a perda desproporcional de participação, estabelecimento de obrigações excessivas sem a devida contrapartida, geração ou oportunização de conflitos entre sócios e investidores e restrições a futuras rodadas.
Ter assessoria jurídica especializada e próxima nessa fase significa mais do que “revisar contrato”. Significa participar ativamente da estratégia de capitalização, antecipar riscos e preservar os interesses da empresa para as próximas fases do seu ciclo de vida.
O que uma boa assessoria jurídica pode (e deve) fazer por você
Em rodadas de investimento, a atuação do escritório jurídico não se limita à formalização dos documentos. Ela começa muito antes, com a preparação da empresa para se tornar “investível”.
Entre as frentes em que o jurídico atua com impacto real:
Organização documental e limpeza do cap table;
Preparação para due diligence jurídica;
Revisão e atualização de contratos estratégicos;
Estruturação societária e ajustes em acordos de sócios;
Negociação e adaptação de cláusulas do term sheet e do contrato de investimento.
Esse trabalho reduz incertezas, acelera o processo de captação e aumenta a confiança dos investidores. E, principalmente, evita que a inovação perca velocidade por causa de erros evitáveis.
Conclusão: investimento exige estratégia, inclusive jurídica
A entrada de capital é um marco relevante na trajetória de uma empresa inovadora. Mas é também um momento de inflexão, que redefine papéis, obrigações e perspectivas.
O crescimento precisa vir acompanhado de estrutura. E, nesse ponto, a assessoria jurídica de qualidade não é um luxo, mas uma necessidade.
Nos próximos artigos da nossa série sobre inovação, vamos explorar temas como proteção da tecnologia, compliance digital e contratos em ambientes ágeis.
Se você está preparando sua empresa para crescer, vale a pena pensar no jurídico como parceiro desde já. Ele pode fazer a diferença entre captar bem e comprometer menos.




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