Contrato de Confidencialidade Empresarial (NDA): quando e por que usar
- Di Sabatino Advogados
 - 1 de jul.
 - 3 min de leitura
 
Em negociações estratégicas, é comum que empresas precisem compartilhar informações sensíveis com terceiros: investidores, parceiros, fornecedores, consultores, desenvolvedores ou até mesmo concorrentes em potencial. A exposição de dados comerciais, operacionais ou tecnológicos, nesse contexto, pode representar um risco real ao negócio.
Para lidar com essa necessidade de forma segura, o instrumento mais adequado é o contrato de confidencialidade empresarial, também conhecido como NDA (Non-Disclosure Agreement).
Mais do que um documento padrão, o NDA é uma ferramenta de governança que estabelece regras claras sobre o uso, o acesso e a divulgação de informações estratégicas em contextos de confiança.
Quando o NDA é essencial?
1. Durante negociações de fusões, aquisições ou investimentos
Em operações de M&A, a empresa vendedora precisa abrir seus dados mais sensíveis para análise da parte interessada. Isso inclui contratos, litígios, dados financeiros, carteira de clientes, projeções e propriedade intelectual. O NDA costuma ser o primeiro documento assinado em um processo de due diligence, pois assegura que essas informações não serão utilizadas indevidamente, mesmo que a negociação não avance.

2. Em parcerias comerciais ou estratégicas
Antes da formalização de uma joint venture, franquia ou contrato de distribuição, é comum que as partes troquem análises de mercado, modelos de precificação e planos de expansão. O NDA protege esse conteúdo desde o início da conversa, preservando a integridade das informações trocadas.
3. Contrato de confidencialidade empresarial em tecnologia e software
Empresas que contratam desenvolvedores, startups ou equipes técnicas para projetos de inovação devem firmar NDAs que protejam algoritmos, estruturas de código, fluxogramas de processos ou dados de treinamento. Esses ativos são muitas vezes centrais para o diferencial competitivo do negócio.
4. Na prestação de serviços com acesso a dados internos
Profissionais terceirizados — como contadores, agências de marketing, consultores de RH ou engenheiros — frequentemente acessam documentos internos que revelam a forma como a empresa opera, planeja e se posiciona. O NDA ajuda a delimitar o escopo desse acesso e a responsabilidade sobre o sigilo das informações.

5. Em disputas judiciais ou arbitrais envolvendo documentos sensíveis
Mesmo em contextos litigiosos, o uso de acordos ou cláusulas de confidencialidade pode ser necessário quando há compartilhamento de provas, laudos ou relatórios técnicos reservados. Isso é comum em arbitragens empresariais de alto valor.
O que um bom NDA deve conter?
Descrição clara das informações protegidas, abrangendo documentos físicos, eletrônicos, verbais e operacionais.
Prazos de confidencialidade, que muitas vezes precisam exceder a vigência do contrato principal.
Exceções bem delimitadas, como informações públicas ou obtidas de forma legítima sem quebra de sigilo.
Regras sobre armazenamento, devolução ou destruição das informações ao fim da relação contratual.
Vedação expressa de uso indevido, ainda que não haja divulgação a terceiros.
Consequências em caso de violação, incluindo cláusula penal, indenização ou outras sanções previamente pactuadas.
Considerações finais
Contratos de confidencialidade não são documentos meramente formais. Eles sinalizam maturidade jurídica e respeito à informação como ativo estratégico. Além disso, contribuem para a segurança das relações comerciais e para a previsibilidade no tratamento de dados sensíveis.
Se sua empresa compartilha informações relevantes com terceiros em processos de negociação, desenvolvimento ou prestação de serviços, é fundamental contar com NDAs redigidos com critério, adaptados à realidade e à complexidade do seu negócio.
Caso deseje estruturar ou revisar seus contratos de confidencialidade, estamos à disposição. Atuamos com contratos empresariais de alta complexidade e podemos ajudar a proteger aquilo que sustenta o valor real da sua empresa: seu conhecimento.
Texto por Fernando Di Sabatino.
Imagens geradas por AI.




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